16.12.12

Instead they are looking up towards the heavens...

  Às vezes estamos tão próximos de algo que acaba sendo difícil enxergar todas as suas possíbilidades com um olhar sensato. Como a teoria da montanha russa de Sevcenko, quando o homem quebra as barreiras religiosas e embarca nas grandes navegações, ele perde noção de sua virtualidade e entende o mundo agora com referências diferentes. Isso seria o começo de um passeio na montanha russa, quando o carrinho vai, lentamente, escalando os trilhos e chegando cada vez mais alto. O momento em que ele está por um triz da descida, com toda a potencialidade armazenada, é quando chegamos ao ápice da lucidez. Adquirimos uma distância suficiente para observar tudo bem de longe, e as coisas parecem muito diferentes do que eram antes. É como se todos os rostos familiares se perdessem em uma multidão, e agora, por mais que tenhamos uma percepção mais crítica, precisamos reaprender a julgar, a avaliar.
 Eu sinto que isso se aplica a muitos momentos da vida, principalmente aos de transição, e é muito bom saber que sempre existe a possibilidade de olharmos tudo do alto da montanha russa. Algumas situações podem ser bem confusas e, por mais que tentemos agir da maneira mais prudente possível, às vezes um simples passo para trás nos dá o foco perfeito. É tudo uma questão de achar o ângulo certo.
 Acho que é por isso que mudamos tanto de opinião. Sempre tem um ponto de vista diferente em que uma outra alternativa pode parecer mais coerente do que a anterior. Sempre tem um outro lado.

Trilha sonora: Traffic In The Sky - Jack Johnson

Au revoir!
8.12.12

You say you wanna start something new

 É isso aí, meia-noite e meia, véspera do meu último vestibular do ano, e eu, desleixadamente, cantando um clássico dos anos 70 com a minha escova de dentes na mão. É engraçado pensar em como as coisas podem mudar em um período de tempo tão curto, basta alguns acontecimentos se encaixarem da maneira correta.
  No começo desse ano eu tinha um plano muito certo. Ou pelo menos achava que tinha. Para mim, não era segredo nenhum o que aconteceria depois que escola acabasse. Eu iria estudar muito, passar no vestibular e, no ano seguinte, embarcar na vida uniersitária. Simples assim. Eu não imaginava o quão irregular e estimulante 2012 seria.
 Por mais que o ano não tenha deixado milhares histórias maravilhosas para contar, a vivência dele em si foi muito complicada e, mais do que isso, importante para mim. Importante no sentido de aprender que existem muitos outros lados de mim mesma que eu não conhecia, e que às vezes tudo bem não seguir as coisas conforme o planejado.
 Durante toda a minha vida eu tentei provar a mim mesma que conseguiria atingir minhas metas, mas nunca tinha parado para pensar o que cada uma delas significava. Às vezes nós colocamos nossos objetivos tão à frente de tudo que acabamos reprimindo todos os outros caminhos alternativos. E, quando meu objetivo a longo prazo deixou de ser tão distânte e se tornou realidade, eu percebi que talvez ele não tudo aquilo que eu queria para esse momento da minha vida.
 Por mais que eu odeie admitir, eu estou morrendo de medo. Pela primeira vez eu não tenho certeza nenhuma do que vai acontecer a partir de agora, e isso é aterrorizante. Ao mesmo tempo, eu não consigo deixar de pensar nas inúmeras possibilidades quânticas que eu tenho pela frente. Assim como com o gato de Schrödinger, tudo pode acontecer.
Cat Stevens estava completamente certo, "It's a wild world".

Trilha sonora: Wild World - Cat Stevens

Au revoir!
30.8.12

Past all the signs of the slow decline

 Às vezes eu seriamente acho que as coisas das quais eu sempre pensei que fossem predestinadas a acontecer talvez não caibam mesmo na minha vida.
 Sei lá, eu me preocupo com coisas tão pequenas, tão bobas perto de pessoas com problemas de verdade. Eu me sinto muito mal mesmo por isso, e começo a me preocupar em me preocupar com coisas diferentes. É. Eu sei....
 Bom, a questão é que eu nunca entendo direito se não estou dando valor as coisas certas, ou só me encontrando com as erradas. É engraçado como eu sempre acho que dessa vez vai dar certo, e não dá. Ou é falta de confiança em mim mesma ou confiança demais no destino. Se é que isso existe mesmo.
 Sabe quando a gente é criança e se imagina no futuro de um jeito muito distorcido, mas, de alguma forma, certo? Mesmo que nós tentemos ao máximo nos afastar desta memória e preencher o espaço com coisas mais "reais", mais adultas, ela sempre vai estar lá, nos assombrando.
 Eu não sou alta, magra, inteligente ou bem sucedida como eu achei que seria. Mas eu sou muitas outras coisas, coisas que eu nunca imaginei que seria. E por mais que às vezes a minha idéia de quem eu deveria ser não é correspondida por quem eu realmente sou, eu acabo me surpreendendo com outros detalhes, detalhes que eu não percebia antes, e que, bons ou ruins, ainda vão estar por perto.
 Me conforta a idéia de que ainda tem muito chão por vir, muitas oportunidades de mudar, das minhas idéias mudarem, e quem sabe eu construir algumas expectativas novas? Não mais reais, não mais adultas, mas diferentes... Diferente é bom.

 Trilha sonora:  Featherstone - The Paper Kites

Au revoir!




25.8.12

Till it eats the heart from your soul..

 Desculpas são pretextos nos quais nos inserimos para evitar algum o domínio de realidade na vida. Criamos, pensamos, estruturamos e nos enganamos. E mesmo que isso nos prenda em algo bom ou ruim, nunca vai ser de verdade. Apalpável.
 O problema é se perder dentro de suas próprias invenções, caminhos meticulosos que desembocam em labirintos e, em teoria, mascaram a entrada para um outro lado mais difícil (muitas vezes só por aparência). A gente não sabe mais o que já estava ou não no caminho e construimos inseguranças, obstáculos falsos, nos armando de qualquer recurso que estiver a mão. E aí já era. Está tudo misturado.  
  Podemos até fingir permanência em alguns aspéctos, mas garanto que de permantes não terão nada. De tantas promessas, feitas, desfeitas, esquecidas ou até relembradas, no fim o que resta é o que foi feito. Então mesmo que deixemos para a semana que vem, mês que vem, futuro que vem, elas não vão se realizar se não forem colocadas pra fora do imaginário.
   É assim que a vida funiciona, matéria não é feita de suposições.

Trilha sonora: Silent Sigh - Badly Drown Boy

Au revoir!
6.7.12

I climbed this hill watching so still

 Em muitos momentos nossas razões parecem tão certas, tão justificáveis, e mesmo tempo são tão difíceis de se entender quando as confrontamos. Até que desistimos de nos explicar: ou nos enganamos com algum motivo aparentemente válido; ou esquecemos. E vão se acumulando, vão se perdendo. Ou melhor, se mantendo.
São como gotas de chumbo colocadas na água. Elas descem, se instalam e lá ficam. Estáticas. Buracos em areia fina sem perceber.
E se acumulam, por tempos, e tempos, até chegar à superfície. E aí em que reais decisões são tomadas, aí que tudo se mescla, contorce, disorce e vira palavra. Palavra fria e sem razão, mas solta.
Distorcidas mesmo são as ramificações nas quais os nossos laços se estendem. São as nossas idealizações de parentesco e como tudo realmente é.
O que é pai, mãe, irmão?
Se são ideiais separados em um mesmo espaço, talvez sejam só corpos em um encontro. Sem qualquer ligação.
E quando se perde o último vínculo que mantia todo o chumbo coberto, só se vê a superfície, e, ao mesmo tempo, não se vê mais nada. É como estar nua numa valsa programada.

Trilha sonora: "To Be With You" - The Honey Trees

Au revoir.
4.6.12

MMM Conjunto!

Bom, faz milênios que eu não posto um MMM, então, à pedidos de alguns subscribers, hoje eu farei um MMM um pouco mais completo, pra compensar os meses que eu deixei passar! É bem eclético, mas bem Alice (:

Janeiro/Fevereiro
  1. Big Jet Plane - Angus & Julia Stone
  2. I'll Follow You Into The Dark - Death Cab for Cutie
  3. Miss You - Blink 182
  4. Glad You Came - The Wanted (eu sei, também não esperava gostar dessa música haha) 
  5. I've Just Seen a Face - The Beatles
Março/Abril

  1. Do You Wanna Touch Me - Joan Jett & The Black Hearts
  2.  Young Blood - The Naked and Famous 
  3. Electric Feel - MGMT 
  4. Houdini - Foster The People 
  5. When The Sun Goes Down - Arctic Monkeys 
 Maio
  1. Time To Pretend - MGMT
  2. Gold Guns Girls - Metric 
  3. Please Rewind - I Blame Coco
  4.  Rock & Roll - Eric Hutchinson 
  5. A Team - Ed Sheeran


    Au revoir!

Don't you forget your name

 O primeiro dia de "mudanças" começou bem: dormi e acordei cedo, com um super bom humor. A escola passou voando, assim como os episódios de "How I Met Your Mother" que eu venho assistindo ultimamente. Sei lá, acho que quando a gente se organiza melhor tudo parece mais fácil, mais significativo, divertido à ponto de se comparar estudos a um seriado de TV (que inclusive é super legal!).  Hoje, além de estudar, decidi também editar um pouco, vou balancear. Voltei, finalmente, à rotina de exercícios e alimentação balanceada que antes eram regra, o que em poucos dias já fez muita diferença. E agora vou continuar buscando esse equilíbrio, esse ritmo que funciona para mim, que encaixa.

 O mais bacana é a sensação de começar tudo AGORA e não depois, não "mais tarde". É sempre bom se sentir útil, ativa! E, por mais que ainda se mantenha o remorso de não ter feito isso antes, ou pelo menos mantido quando tive a oportunidade, eu sinto que já estou fazendo alguma diferença em me mexer um pouco. Eu tenho que parar de me preocupar com o que já passou, já foi, ou, nesse caso, não foi haha mas tudo bem, sabe? Não dá para comprimir a noção espaço-tempo como se as minhas ações fossem capital. O que dá para fazer é correr atrás do tempo perdido como eu posso, e levar isso à sério. 
 Só espero que dessa vez eu não olhe para trás e enxergue tudo isso como mais uma oportunidade perdida, mais um momento em que eu poderia ter me organizado e acabei não o fazendo, não cumprindo com as minhas expectativas, de novo.

"Quem, de três milênios,
não é capaz de se dar conta
vive na ignorância, na sombra,
à mercê dos dias, do tempo"
- Johann Goethe (escritor alemão)

Trilha Sonora: The Story I Heard - Blind Pilot (uma das minhas músicas favoritas de agora!)

Au revoir!


3.6.12

Soon you will know that you are sane

 Fresh start. É assim que eu quero pensar desses dois próximos meses que estão por vir.
É meu tempo de sanidade antes de toda a loucura pré-vestibular que está para chegar, e eu quero aproveitá-lo da melhor forma possível.
 Sabe aqueles filmes adolescentes em que amigas resolvem fazer uma "makeover" em si mesmas antes de algum evento especial para parecerem "legais"? haha é tipo isso. Digo, o espírito é esse. Menos o baile de formatura e um cara incrívelmente bonito, com seus prováveis 23 anos e poucos menos de academia, para beijar antes do letreiro invadir a tela.
 O que eu mais espero é me sentir um pouco melhor comigo mesma antes de entrar nesse looping um pouco auto-destrutivo do último ano de escola. Por enquanto, eu não quero pensar muito nesse último semestre do ano, já pensei demais nisso. Agora quero dar meu total foco ao que está me incomodando e resolver qualquer pendência que eu tenha comigo. E só. Como se fosse fácil, né? haha
 É com certeza uma maneira de me sentir mais segura, e também de finalmente reservar esse espaço para me reconstruir, do jeito que eu quiser (:
 E dessa vez eu quero que seja drástico!

Trilha Sonora: Expectations - Belle & Sebastian

Au Revoir!
16.3.12

This is not a drive by!

  Faz muito tempo que eu não posto aqui, eu sei.. Mas eu acho que parte disso se deu ao fato de eu realmente ter esquecido o sentido disso tudo. Não adianta nada fazer posts vazios se eu criei o blog justamente para ser um espaço onde eu me apoio e posso contar quando preciso.
 Bom, o que importa é que, mesmo vindo de um lugar não muito bacana, eu meio que me forcei a perceber que precisava de uma mudança, e urgente! Nesse último mês eu estava naquele estado que eu gosto de chamar de automático, mas mais do que isso, extremamente vazio. Eu não estava afim de me cuidar, de correr atrás das coisas que eu quero. O que eu gosto de fazer parecia ter perdido a graça, como se toda a minha energia se voltasse para o esforço que eu precisava na hora de levantar, ir à escola, estudar, e depois me preparar com os testes que eu fazia.
 Com certeza, os testes estavam me dando uma super esperança de que as coisas iriam mudar. Eu nunca pensei que iria conseguir uma oportunidade dessas e muito menos que chegaria tão longe. Sei lá, eu sou muuuito insegura e coisas como essa não aparecem sempre na minha vida. Parecia mentira, mas do nada eu estava num lugar tão bom, tão confiante. Me dei bem com todo mundo, estudei pra caramba, me esforcei pra caramba, fiquei nervosa pra caramba, mas no fim me deu uma sensação de que tudo daria certo.
 Uma semana mais tarde eu desanimei um pouco, fiquei doente e me perdi um pouquinho do que eu acreditava ser bom pra mim. Num clima desses tudo o que me animava era a possíbilidade de ter uma coisa que me faria bem, me levantaria um pouco e me faria crescer bastante.
 Ontem à tarde eu estava no pior momento de todos, com a cabeça ainda em questões canadenses mal resolvidas, e querendo uma virada o mais rápido o possível. E daí veio a bomba. Uma ligação acabou com todas as minhas esperanças de um futuro trabalho bacana. De volta aquela sensação de ser relativamente muito pequena em relação a tudo o que eu quero, muito longe e fora do meu alcance. Não é nem um pouco legal se sentir insuficiente.. E como se, mesmo me esforçando para dar o melhor de mim, me expondo a situações das quais eu não estava acostumada e tentando superar todas as minhas inseguranças, eu ainda sim não tinha sido boa o bastante e isso dói. Da vontade de desistir de tudo, porque talvez eu não tenha mesmo sido feita pra isso. Mas então fazer o que, se é de isso que eu gosto?
 Bom, acho que num momento desses não tem como não se sentir mal, e eu ia diminuindo, diminuido até ficar pequena demais pros meus próprios pensamentos. Chorar e dormir, era tudo o que eu precisava, e foi tudo o que eu fiz.
 Aquela noite parecia interminável, mas o dia chegou e com ele uma onda de pensamentos positivos.  Minhas amigas apareceram e deram vida para esse quarto morto. Eu tomei um banho e decidi limpar toda a minha tristeza. Eu me livrei de toda aquela vontade de desistir, e agora tudo o que eu quero é ir mais longe ainda, provar àqueles que me rejeitaram que eu posso (e vou) ser muito melhor do que isso :)
 Na minha cama, com "Drive By" no máximo, lençóis dessa semana já na roupa-suja, minhas amigas planejam o ano que vem, a faculdade e as viagens enquanto eu escrevo esse post. Agora, mais do que nunca, eu preciso lembrar de que tudo é muito efêmero e que logo, logo eu posso conseguir algo ainda mais especial. É só me dar o melhor de mim em tudo o que eu posso e esperar pelo que eu ainda não posso.
 Tudo vai dar certo, e se não aconteceu, é porque não era para ser.. Virão melhores! :)

Trilha sonora (pra animar!): Drive By - Train

Au revoir!